Democracia
Bolsonaro nega apoio da Marinha a golpe e desmente “voz de prisão” atribuída a comandante do Exército 231t28
10/06/2025 18h50
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Por: Hiago Luis
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Durante seu aguardado depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro negou veementemente que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, tenha colocado as tropas da força à disposição de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Também rebateu a versão do ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, de que teria recebido uma "voz de prisão" por parte do general Freire Gomes, então comandante do Exército.
Ao ser questionado pelo ministro Luiz Fux, Bolsonaro respondeu diretamente à acusação feita pelo brigadeiro Baptista Júnior. “Aquilo falado pelo brigadeiro Baptista Júnior não procede, tanto é que foi desmentido pelo próprio comandante do Exército”, disse. Ele também afirmou que, caso tivesse intenção de realizar qualquer ação de ruptura institucional, teria feito mudanças no comando militar. “Se dependesse de alguém diferente para levar avante um plano ridículo desse, eu teria trocado o comandante da Aeronáutica.”
Freire Gomes
O general Freire Gomes, ouvido em maio pelo STF, negou ter dado voz de prisão a Bolsonaro, mas confirmou que alertou o ex-presidente de que ele poderia ser responsabilizado judicialmente caso ultraasse os limites constitucionais. “Não aconteceu isso [voz de prisão], de forma alguma. Eu alertei ao presidente que se ele saísse dos aspectos jurídicos, além de não concordamos com isso, ele seria implicado juridicamente”, afirmou Gomes.
Marinha à disposição para o Golpe?
Sobre a Marinha, Bolsonaro negou qualquer sinalização de apoio a medidas autoritárias por parte de Garnier, como consta nas investigações da Polícia Federal. “Em hipótese alguma. Não existe isso. Se nós fossemos prosseguir em um estado de sítio e de defesa, as medidas seriam outras. Não tinha clima, não tinha oportunidade e não tinha uma base minimamente sólida para fazer qualquer coisa”, argumentou o ex-presidente ao ministro Alexandre de Moraes.
O depoimento de Bolsonaro faz parte da reta final da instrução da ação penal contra o chamado “núcleo crucial” da trama golpista. O grupo é acusado de ter planejado medidas inconstitucionais com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022. A expectativa é que o julgamento ocorra ainda no segundo semestre deste ano. Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar pena superior a 30 anos de prisão.
Fonte: Com informações de Agência Brasil
Autor: Hiago Luis