Combustível e Energias Renováveis
Política energética e neoindustrialização: energia eólica offshore como motor do desenvolvimento no Brasil ku4o
26/05/2025 18h34
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Por: Glacia Marillac
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Foto: Divulgação
Com mais de 1.000 inscritos e participantes de diversas partes do Brasil e do mundo, o primeiro dia do Brazil Offshore Wind & Power-to-X (BOWPX 2025), realizado em Natal-RN, foi marcado por intensos debates sobre o papel estratégico da energia eólica offshore na promoção de uma neoindustrialização sustentável no país.
Especialistas, representantes do governo, empresários e pesquisadores destacaram que o Brasil reúne as melhores condições para liderar essa nova fronteira energética, combinando potencial renovável com oportunidades de reindustrialização baseada em produtos de baixo carbono, os chamados “e-produtos”.
Na abertura do evento, painéis e palestras reforçaram a necessidade de o país construir uma política energética robusta e integrada, que articule a expansão da geração de energia eólica offshore com a criação de demanda local, políticas industriais e instrumentos de financiamento.
“A energia renovável não pode ser apenas um produto de exportação; ela precisa impulsionar cadeias produtivas internas, gerar emprego, renda e valor agregado no Brasil, uma oportunidade histórica: transformar o Nordeste em um hub global de energia renovável e indústria verde,” destacou o professor Mário Gonzales, referência setor, idealizador do evento e líder do grupo Creation da UFRN.
Essa visão integra o conceito emergente de neoindustrialização sustentável, no qual a energia limpa deixa de ser apenas uma fonte de eletricidade para se tornar também insumo industrial, capaz de transformar setores como a siderurgia, a petroquímica e a agricultura.
Outro tema central do primeiro dia é que não está se discutindo apenas a mudança da matriz elétrica, mas sobre reorganizar o modelo produtivo e social do país com o avanço das tecnologias Power-to-X, que viabilizam a transformação de eletricidade renovável em produtos industriais como hidrogênio verde, amônia, metanol e aço verde.
Especialistas reforçaram que essa cadeia produtiva será crucial para a descarbonização da indústria e para o reposicionamento do Brasil como um fornecedor global de e-produtos, com potencial competitivo frente às principais economias do mundo, uma nova estrutura industrial, capaz de mudar a trajetória econômica do país nas próximas décadas.
Apesar do entusiasmo, o debate também apontou desafios importantes para consolidar essa transição, como: A necessidade de infraestrutura logística e energética adequada incluindo portos, linhas de transmissão e sistemas de armazenamento. O fortalecimento de marcos regulatórios e políticas públicas que estimulem o investimento privado. A formação de uma mão de obra qualificada, capaz de operar tecnologias avançadas e a promoção de parcerias internacionais para transferência de conhecimento e financiamento.
O evento segue até o dia 28 de maio, com uma programação intensa de painéis, workshops e encontros de negócios, reunindo representantes da academia, do setor público e da iniciativa privada.
Autor: Glacia Marillac