Durante o mês de maio, a campanha Maio Cinza chama atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce dos tumores cerebrais. A cor cinza foi escolhida para simbolizar a complexidade e, muitas vezes, o silêncio da doença, que pode apresentar sintomas sutis ou facilmente confundidos com outras condições. Apesar de ser uma enfermidade que atinge pessoas de todas as idades, os tumores cerebrais estão entre os tipos de câncer mais comuns em crianças.

 

Segundo o GACC (Grupo de Apoio à Crianças com Câncer), os tumores do sistema nervoso central representam cerca de 26% dos casos de câncer infantil, número que evidencia a importância do diagnóstico precoce e da atenção aos sinais que o corpo da criança pode dar. Entre os sintomas mais comuns estão dores de cabeça intensas – especialmente pela manhã – acompanhadas de náuseas e vômitos, tontura, perda de equilíbrio, dificuldade na fala, alterações na visão e fraqueza em membros. Em crianças pequenas, o crescimento anormal do crânio também pode ser um alerta.

 

“Os tumores do sistema nervoso central são a segunda maior causa de câncer em crianças e adolescentes, perdendo lugar apenas para neoplasias hematológicas. Por isso, se faz necessário a vigilância de sinais e sintomas por parte dos pais, educadores, familiares e amigos para a suspeição e diagnóstico precoce, uma vez que o tempo de evolução da doença é fator determinante no sucesso do tratamento, quanto mais cedo se descobre, maior a chance de cura”, destaca o neurocirurgião pediátrico Dr. Fábio Esteves Júnior.

 

 

O diagnóstico precoce pode ser um fator decisivo para o sucesso do tratamento e a qualidade de vida da criança. Por isso, campanhas como o ‘Maio Cinza’ são essenciais para informar a população e incentivar a busca por avaliação médica diante de sintomas persistentes.

 

“Exames como a tomografia computadoriza da e ressonância nuclear magnética são de fundamental importância para a investigação e planejamento terapêutico dos casos. Em sua maioria, se faz necessário a intervenção neurocirúrgica como parte do tratamento, procedimento no qual, além do objetivo de retirar a maior parte de lesão tumoral possível com segurança, coletamos material para o estudo laboratorial (anatomia patológica e imuno-histoquímica). A partir destes, conseguimos entender qual o tipo de tumor e sua biologia molecular, guiando-nos em uma terapia alvo. Além da neurocirurgia, rádio e quimioterapia, é de fundamental importância o tratamento multidisciplinar do paciente, com fisioterapia, nutrição, terapia ocupacional, fonoaudiologia, enfermagem. Não só o paciente, mas sua família também sofre e adoece, sendo fundamental o apoio e assistência psicológica. Políticas públicas visando, não só o custeio do tratamento, mas também questões educacionais e informativas para a suspeição e diagnóstico precoces, se fazem cada vez mais necessários”, explica Dr. Fábio Júnior.

 

Neste Maio Cinza, mais do que reforçar a gravidade dos tumores cerebrais, o foco é ampliar o conhecimento e promover o cuidado preventivo, sobretudo entre os pequenos, que dependem da percepção atenta de pais, educadores e profissionais de saúde.